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Corrida mais curta da história, Russel no pódio e mais: tudo sobre o fim de semana na Bélgica

Acompanhe um apanhado de tudo o que rolou no Grande Prêmio mais polêmico da história recente da Fórmula 1

Por Saulo Bastos e Valentin Furlan — Spa, Bélgica

26/08/2021 10h47

Verstappen foi o vencedor da corrida mais curta da história da Fórmula 1 — Foto: Mark Thompson / Getty Images

Após um hiato de quatro semanas para o chamado summer break, o Mundial de Fórmula 1 2021 retornou às atividades com a 12ª etapa de um dos campeonatos mais disputados dos últimos anos. Apesar disso, os holofotes se voltaram ao fim de semana por outro motivo.

O circuito de Spa-Francorchamps foi atingido por chuvas torrencias durante quase todas as sessões, ocasionando em uma corrida de apenas duas voltas no domingo, que acabou não vendo ultrapassagens, paradas no boxes ou sequer uma bandeira verde.

Assim, dentre tanta informação e acontecimentos, preparamos um resumo completo de cada sessão do fim de semana, com destaque para o domingo de pouca ação na pista.

Sem mais delongas, vamos ao resumo do Grande Prêmio da Bélgica!

1° Treino Livre

Como de costume, as atividades do final de semana se iniciaram na sexta-feira (27) com os tradicionais treinos livres 1 e 2. Valtteri Bottas (Mercedes) liderou o TL1 com tempo de 1m45s199, acompanhado por Max Verstappen (Red Bull), que veio menos de dois décimos mais lento, e Pierre Gasly, que levou sua AlphaTauri ao 3º lugar, com tempo meio segundo maior. Seguindo, tivemos as Ferraris de Charles Leclerc e Carlos Sainz, Sergio Pérez, que teve seu contrato renovado com a Red Bull na última semana, Sebastian Vettel (Aston Martin), Lando Norris (McLaren), Esteban Ocon e Fernando Alonso, (ambos da Alpine). Lewis Hamilton, que teve problemas na realização de sua volta rápida, ao ser atrapalhado por Nicholas Latifi (Williams), foi apenas o 18º colocado. Kimi Raikkonen, uma posição à frente do heptacampão, teve dois momentos atípicos durante a sessão: primeiro, rodou sozinho na primeira curva; depois, bateu a traseira de sua Alfa Romeo na entrada do pit lane.

Alguns carros até arriscaram utilizar os pneus de pista seca em um primeiro momento, mas o resto da sessão foi realizado sob o asfalto molhado, obrigado as equipes a apostarem nos compostos intermediários, de faixa verde.

Bottas, durante sessão de treinamentos na sexta-feira — Foto: Dan Mullan / Getty Images

O grande destaque da sessão, no entanto, foram vários pilotos recebendo novas unidades de potência. São eles: Hamilton, Bottas, Pérez, Norris e Riciardo (McLaren), Pierre Gasly e Yuki Tsunoda (ambos da AlphaTauri), Leclerc, Lance Stroll (Aston Martin) e Alonso. Qualquer troca futura resultará em punição.

2° Treino Livre

Teve como líder Verstappen, seguido da dupla da Mercedes, com Bottas e Hamilton. Alonso, que renovou seu contrato com a Alpine por mais uma temporada, marcou um importante quarto tempo. Gasly seguiu o bom trabalho feito pela manhã e levou sua AlphaTauri ao quinto tempo. Após os cinco primeiros: Stroll, Ocon, Vettel, Norris e Pérez.

Leclerc teve uma batida forte já na última metade do treino, causando a primeira bandeira vermelha da sessão e terminando apenas em 18º. O monegasco perdeu o controle de seu SF21 na curva 6, o tirando da pista e dando de frente à barreira de pneus. Nada preocupante para o piloto, mas a equipe teve certo trabalho para arrumar o carro para o sábado. Além dele, o líder também teve que abandonar o TL mais cedo: restando três minutos para o fim, a bandeira vermelha novamente foi acionada quando, na mesma curva, Verstappen também não conseguiu controlar sobre o chão molhado o RB16B, que ficou à espera do guincho na beira da pista.

Além da Ferrari, mecânicos da RBR também não tiveram folga após o TL2 — Foto: Kenzo Tribouillard / AFP via Getty Images

3° Treino Livre

Já no sábado (28), o TL3 aconteceu sob chuva e sob dobradinha da Red Bull na tabela de tempos. Verstappen impôs quase um segundo de vantagem para seu companheiro de equipe, Pérez. Hamilton veio na sequência, seguido de Norris, Ocon, Stroll, Gasly, Vettel, George Russell – levou sua Williams a um excelente nono lugar. Alonso fechou o top 10. Bottas foi apenas o 11º, seguido por Latifi, Ricciardo, Sainz, Mick Schumacher (Haas), Leclerc, que teve o chassi da sua Ferrari trocado ante aos danos sofridos no acidente do dia anterior, Tsunoda, Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo), Nikita Mazepin (Haas) e Raikkonen, que não estava se entendendo com seu C41.

Treino Classificatório

Após uma primeira sessão do dia, aconteceu, de baixo de uma chuva torrencial, o Treino Oficial, que definiria o grid de largada para a 12ª etapa do Mundial. Com tempos de volta na casa dos 2 minutos, avançariam ao Q2 apenas os 15 melhores tempos. Até então, nenhuma surpresa. Foram eliminados: Tsunoda, Shumacher, Raikkonen – que reclamou bastante do resultado pelo rádio –, Mazepin e Stroll.

Mas o Q2 já reservava emoções maiores. Os grandes destaques foram George Russel, as Ferraris e Valtteri Bottas, mas por motivos diferentes: Russel anotou bons tempos de volta e conseguiu vaga no top 10 com relativa tranquilidade; Sainz, Leclerc e Bottas, por outro lado, não conseguiram dominar o asfalto molhado e deram adeus ao treino ainda na segunda mini-sessão. Por pouco, Latifi não igualou ao companheiro e avançou. O piloto da Williams foi o 11º, seguido por Sainz, Bottas, Alonso e Giovinazzi.

E tão logo o cronômetro foi reiniciado para o Q3, vários pilotos foram à pista para tentar marcar um bom tempo e, assim, garantir uma boa posição no grid de largada. Entretanto, um enorme susto aconteceu: Lando Noris havia acabado de abrir sua primeira volta rápida quando, logo na saída da famigerada curva Eau Rouge, o inglês perdeu o controle da sua McLaren e atingiu violentamente a barreira de proteção, com seu carro sendo jogado de volta à pista, rodopiando várias vezes. O acidente se passou pouco tempo depois de Sebastian Vettel reclamar da falta de uma bandeira vermelha à sua equipe, alegando condições ruins para o prosseguimento da sessão.

Imagem do carro de Norris após a batida; alguns pedaços do bólido foram arremessados por até 60 metros — Foto: Kenzo Triboullard / AFP via Getty Images

Assim, uma enorme apreensão tomou conta do paddock, espectadores e jornalistas. O próprio Vettel, que vinha logo atrás fez questão de aproximar sua Aston Martin do que sobrou do carro do Norris, indagando se estava tudo bem com seu colega de categoria. Felizmente, mesmo atordoado devido ao forte impacto da batida, Norris sinalizou que estava bem e, tão logo a equipe médica e de socorristas chegaram ao local, o piloto desceu do carro sozinho, demonstrando alguma dor no braço esquerdo, e embarcou no carro médico.

Passado o susto, os pilotos voltaram à pista para que, em menos de nove minutos, pudessem garantir as melhores colocações no grid de largada do GP do dia seguinte. E os favoritos seguiam em passos largos para conquistar as primeiras posições, entretanto, a chuva tornou as condições mais equilibradas para todo. Inclusive para a Williams de Russell, que obteve um 2º melhor tempo incrível e histórico – seria a primeira vez desde o GP da Itáia de 2017 que a Williams largaria da primeira fila (Lance Stroll) – logo à frente de Lewis Hamilton. O jovem piloto da Williams só não superou Max Verstappen, que encaixou uma ótima e brilhante volta para garantir a nona pole position de sua carreira. Daniel Ricciardo obteve o quarto lugar, sua melhor classificação com a McLaren, seguido Sebastian Vettel, Pierre Gasly, Sergio Pérez e Esteban Ocon. Bottas havia sido o 8º, porém, por conta do acidente que causou na largada do último GP, foi penalizado com a perda de cinco posições no grid, caindo para 13°. Esteban Ocon, vencedor do último GP, e Norris, que, logicamente, abandonou a disputa, fecharam os 10 primeiros colocados.


'Corrida'

O domingo amanheceu sob o céu de Spa-Francorchamps igual ao sábado, com muita chuva. Havia muita expectativa para a prova, afinal, uma vez que marcava o recomeço do Mundial após a pausa de quase um mês de férias para as fábricas.

De cara, uma boa notícia animou não apenas os torcedores de Lando Norris e da McLaren, como também os fãs da categoria em si. Mesmo diante do impressionante acidente que o piloto sofreu, a McLaren reconstruiu o carro de Norris seguindo um excelente trabalho, apesar de o piloto inglês ter que largar da 15ª posição, após trocar a caixa de câmbio em função do impacto de sábado.

E não demorou muito para que as primeiras emoções de um GP com chuva forte começassem a acontecer. Ainda nas voltas de instalação para alinhamento no grid de largada, Sergio Pérez perdeu o controle da sua Red Bull e atingiu a barreira de pneus da curva 6 (mesmo local dos acidentes de Leclerc e Verstappen no TL2), danificando a dianteira de seu carro. Seria final de prova para o mexicano... ou não (veja mais informações abaixo).

A chuva insistia em cair, sempre variando de média para alta intensidade. A direção de prova chegou a adotar duas vezes o procedimento de largada, com os carros indo a pista junto com o Safety Car, mas realmente era visível que não havia menores condições para a prova acontecer. A espera foi tamanha que a FIA autorizou Sergio Pérez a retornar a prova, já que a equipe conseguiu consertar seu bólido, mas largando do pit lane.

Apesar disso, o trabalho rápido de pouco adiantou. Após mais de três horas de espera, em uma decisão pra lá de controversa, o Carro de Segurança e os pilotos foram à pista pela 3ª vez, para que a direção da prova decretasse o fim da corrida, decretando metade dos pontos para os 10 primeiros colocados.


Como a direção de prova tomou a decisão que tomou?

Aqui vai a explicação técnica: o regulamento da categoria prevê que uma corrida só será considerada realizada, ou seja, com começo e fim, se tiver mais de duas voltas completas sob quaisquer circunstâncias (bandeira verde, bandeira amarela, Safety Car, Safety Car virtual, etc.). No caso do GP da Bélgica, tivemos exatamente duas voltas oficiais, que já seriam suficientes para que a corrida fosse oficialmente instalada. Assim, cabe dizer: nós tivemos corrida em Spa.

Quanto à distribuição completa de pontos ao top 10, é previsto que esta só poderá ser feita em sua totalidade caso mais de 75% da prova (33 voltas) tenha sido completado, algo que obviamente não aconteceu. Assim, metade dos pontos foram distribuidos aos pilotos, como prevê o regulamento, uma vez que se trata do intervalo entre duas e, no caso do GP da Bélgica, 33 voltas realizadas.

Dessa forma, o Grande Prêmio não teve ultrapassagens, nem bandeira verde, nem uma largada de fato: sob o período do Carro de Segurança, as duas voltas que caracterizaram a menor corrida da história da Fórmula 1 (14 km) foram completas, dando margem para que a corrida, tecnicamente, tivesse sido realizada. Portanto, Verstappen foi coroado vencedor, seguido de Russel e Hamilton, que protagonizaram festa relativamente constrangedora no pódio.


Qual a próxima etapa da temporada?

O próximo compromisso do calendário será o Grande Prêmio da Holanda, a ser realizado já nesta primeira semana de setembro. As atividades começam na sexta-feira (03), com o Treino Classificatório no sábado e a corrida no domingo.

O Zona Mista, como sempre, fará a cobertura de todas as sessões. Siga nossas páginas no Facebook, Instagram e Twitter para ficar por dentro de tudo!


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