"Wilson demonstra poder ganhar qualquer jogo contra qualquer adversário, não importa a pressão que sofra da defesa"
Por Luiz Belotti - Seattle, EUA
Russell Wilson é um dos quarterbacks mais talentosos das últimas décadas e ninguém duvida disso. Desde que entrou na liga em 2012, em todas as temporadas levou os Seahawks para os playoffs, tendo conquistado o título em um massacre contra o Denver Broncos de Payton Manning em 2013.
No ano seguinte, levou novamente os Hawks para o Super Bowl, ficando à uma jarda da vitória. Nos últimos segundos do jogo contra os Patriots, uma chamada duramente criticada de passe na linha de uma jarda com Marshawn Lynch no backfield resultou em uma interceptação de Malcolm Butler, consagrando o título de New England.
Desde então, Seattle sofre com dois problemas muito grandes: o primeiro e mais grave, a linha ofensiva se tornou cada vez mais fraca, dando muito espaço para as defesas adversárias chegarem em Wilson - o QB é o mais atingido da liga, segundo dados do ESPN Stats and Info. Isso faz com que o signal caller tenha que sair do pocket com frequência, prolongando jogadas que pareceriam estar perdidas.
O segundo problema é a grande tendência em utilizar o jogo corrido. O time passou a cada vez mais usar os running backs e não priorizando a bola nas mãos de Wilson.
Veja, Russell Wilson já conquistou quase tudo na liga, transformou os Seahawks em candidatos ao Super Bowl em praticamente todas as temporadas. O que lhe resta, é um título de Jogador Mais Valioso da temporada (MVP). No ano passado, foi o único jogador que conseguiu competir com Lamar Jackson. Contudo, por enquanto, quem lidera a corrida é ele.
Em seus dois primeiros jogos da temporada, uma partida de destaque contra o Atlanta Falcons na semana 1, com quatro passes para touchdown, e, já na segunda semana, contra o New England Patriots. Foi uma daquelas partidas que o cravam como candidato ao prêmio individual.
A partida começou da pior maneira, quando, logo na primeira posse, sofreu uma pick-six. Porém, o que aconteceu depois disso beirou a perfeição. Wilson encontrava os seus recebedores com facilidade. Epecificamente, em um passe longo perfeito para D.K. Metcalf, Stephen Gilmore, eleito melhor defensor da temporada última, foi queimado e assistiu do chão ao camisa 14 entrar na endozone.
Aliás, a conexão com Metcalf está se mostrando cada vez mais eficiente: foram seis passes em sua direção para quatro recepções e quase 100 jardas, além do TD. Nesta partida contra New England, Wilson lançou para cinco touchdowns, cada um para um recebedor, mostrando boa química com seus parceiros de ataque. Mais: os snaps são equilibrados entre o jogo corrido e o jogo aéreo - foram 28 chamadas de passe e 30 de corrida -, o que abre muito espaço para o play action. Falando em jogo terrestre, Russell ainda demonstrou ser uma ameaça com as pernas, conquistando 39 jardas.
No fim das contas, mesmo coma vitória no horário nobre, o resultado não foi o mais importante neste jogo. O que mais alegra o torcedor é a performance dominante de Wilson, que demonstra poder ganhar qualquer jogo contra qualquer adversário, não importa a pressão que sofra da defesa.
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