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Malcom é vítima de racismo em seu novo clube

Atualizado: 12 de ago. de 2019

Jogador foi alvo de racismo logo em sua estreia


Malcolm durante estreia pelo Zenit — Foto: Zenit

O jogador brasileiro Malcom, 22, chegou ao Zenit na semana passada. Após passagem pouco notória pelo Barcelona, o atleta procurava novos ares: desta vez, em solo russo. Sua estreia foi neste sábado (03), enfrentando o Krasnodar em jogo válido pela Premier League russa. O empate por 1 a 1 seria, teoricamente, mais um marco positivo em sua carreira. Mas, ao invés de notarmos uma grande festa, pudemos vivenciar um ato de retorno à Idade Média em pleno ano de 2019. Durante a partida, membros da torcida organizada do Zenit teriam aberto uma faixa abrigando uma mensagem irônica direcionada à diretoria do clube, como noticiado pelo jornal francês L'Equipe: "Obrigado aos diretores por respeitarem nossas tradições." Segundo comunicado publicado pelos próprios membros do grupo de torcedores, as tradições citadas no protesto seriam em relação à tradicional "norma" do Zenit: a de não contratar jogadores negros para representar a instituição. Como apurado pela agência russa RIA Novosti, a passagem do brasileiro pelo clube pode chegar ao fim já em janeiro de 2020. O diretor do time, Alexander Medvedev, descreditou a imprensa ocidental, dizendo que não houveram conflitos racistas entre as partes. Ainda em comunicado oficial, o Zenit citou a má interpretação por parte da maioria da imprensa, acrescentando que o conteúdo da faixa remetia à tradição de convidar apenas os melhores jogadores do mundo para a equipe e que isso não tinha relação à etnia ou nacionalidade dos mesmos. Campanhas anti-racistas ainda foram compartilhadas e a torcida foi exaltada como responsável dos milhares de aplausos direcionados à estreia de Malcom. Um dia triste não só para o futebol, mas também para a humanidade. Ainda mais vindo de uma torcida que teve, por vários anos, o jogador, também brasileiro, Hulk (atualmente no Shangai SIPG) como ídolo. A equipe da Goal lamenta o fato noticiado, declara solidariedade ao atacante Malcolm e deseja que atos como este sejam caçados e extintos não só do futebol, mas sim da sociedade no geral.

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