Clássico no Rio é morno e terimina em 1 a 1
Valentin: "a intervenção do VAR foi o maior ponto de emoção da partida"
Por Valentin Furlan — Rio de Janeiro, Brasil
Foi uma partida sem maiores emoções. Se o pré-jogo prometia um jogo aberto, com esquemas de Domènec e Autuori programando estilos opostos - um Flamengo propondo o jogo e utilizando a notória troca de passes do mais clássico guardiolismo para encontrar as redes, contra um Botafogo mais reativo, buscando espaços através dos contra-golpes para matar a partida -, na prática, não foi isso que aconteceu.
As propostas de jogo até prometeram se desenvolver, mas não há como se apoiar em modelos capazes de envolver o adversário se o toque de bola é estéril. Do outro lado, é impossível apostar na correria nas laterais se o rival não se manda para o ataque. Foi mais ou menos esse o cenário no Maracanã. A entrada de Diego Ribas no lugar de Arrascaeta prometia mais qualidade na saída de bola. Fazendo a função de um segundo volante, o Flamengo até se impôs no começo da partida, mas não conseguiu vencer a linha de cinco defensores botafoguenses no último terço do campo. As trocas de posição entre Gabriel Barbosa e Bruno Henrique também não surtiram efeito e a melhor chance do primeiro tempo foi cabeçada deste último em cima de Gatito, que defendeu sem maiores problemas. O Botafogo também teve sua chance, com Luis Henrique, na cara do gol, mas acabou desperdiçando e mandando por cima do travessão.
No segundo tempo, nada mudou. Na verdade, a grande diferença foi a rede balançando, com Gabriel, mas com tento posteriormente anulado por claro toque de mão de Bruno Henrique, após dividida que originou o lance do gol. Sem colocar oito ou nove atacantes, desta vez, Torrent buscou mais velocidade com Tiago Maia e Vitinho, mas não a encontrou. Sob o mesmo toque de bola inútil que levou a equipe a quase 70% de posse de bola, o Flamengo foi a campo com pouco ímpeto ofensivo e de cabeça quente - Gabriel e Diego Alves tiveram discussão quente no primeiro tempo - e não teve o mesmo poder de decisão de Pedro Raúl, que acertou um lindo voleio para abrir o placar, já nos acréscimos.
O abafa ao fim da partida e a bola no travessão de Gabriel enganam. O Flamengo mais uma vez entrou sem criatividade, apesar de mudanças programadas por Domènec. A intervenção do VAR foi o maior ponto de emoção da partida, que acabou sendo empatada por Gabriel mais uma vez (o atacante marcou, também de penal, no empate com o Grêmio no meio de semana). Paulo Autuori, que é duramente criticado pelos torcedores, merece elogios. Tira muito de um time ainda em construção e que, na velocidade, consegue causar pesadelos em comandantes dos grandes elencos do nosso futebol.
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