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🏎️ Chegou a hora: Confira o guia completo para a temporada 2021 da Fórmula 1

Atualizado: 28 de mar. de 2021


Pilotos posam em frente aos carros, durante pré-temporada — Foto: Dan Istitene / Fórmula 1 via Getty Images

🏎️ Chegou a hora: Confira o guia completo para a temporada 2021 da Fórmula 1


Publicado em 27/03/2021, às 17h11

Por Saulo Bastos — Sakhir (BAR)

 

Antes de iniciarmos nossas observações e comentários a respeito da temporada 2021 do Mundial de Fórmula 1, vale muito a pena relembrarmos um pouco sobre os acontecimentos da temporada anterior.



 

O que rolou em 2020


A 71ª temporada do Campeonato Mundial de Fórmula 1 deveria ter ocorrido com 22 etapas e seria a maior temporada da história do mundial. Entretanto, o avanço da pandemia de Covid-19 provocou o cancelamento de 13 etapas do campeonato, sendo substituídas por outras 8, totalizando, assim, um total de 17 GPs.


O inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, sagrou-se heptacampeão mundial vencendo 11 das 17 corridas. Seu companheiro de equipe, o finlandês Valtteri Bottas, e o holandês Max Verstappen, da Red Bull, venceram duas etapas cada. Além disso, Pierre Gasly, da AlphaTauri, e o mexicano Sérgio Perez, da Racing Point, venceram pela primeira vez na categoria, ambos com uma vitória.


O Mundial de Construtores teve novamente a Mercedes como campeã, alcançando assim o 7º título consecutivo. A Red Bull sagrou-se vice campeã, seguida pela McLaren, que vem em franca ascendência após um período bastante difícil, quando reeditou a parceria com a nipônica Honda, para o fornecimento de motores, sem no entanto alcançar o sucesso de outrora.


Inglês consagrou-se sete vezes campeão mundial na última temporada — Foto: Bryn Lennon / Getty Images

 

Poucas mudanças em 2021


Antes mesmo do tardio início da temporada 2020, as equipes organizadoras do Mundial e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) concordaram com o adiamento da introdução do novo pacote técnico da categoria - um conjunto inteiramente novo de regulamentos aerodinâmicos -, passando as novidades de 2021 para 2022, devido ao impacto do novo coronavírus.


Foi acordado o congelamento do desenvolvimento de componentes como o chassis e embreagem, ou seja, as equipes usarão os mesmos chassis de 2020 na nova temporada de 2021. Somente neste ano é que, então, as equipes passarão a desenvolver seus novos carros. Entretanto, uma regra não foi adiada: aquela que estipula para todas as equipes o teto orçamentário de US$ 175 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) por ano..


Lewis Hamilton venceu o GP da Inglaterra com um só pneu; britânico teve composto destruído durante a última volta — Foto: Andrew Boyers / Pool via Getty Images

De qualquer modo, com o lançamento dos 'novos' carros para a temporada 2021, foi possível observar que algumas equipes trouxeram mudanças, não apenas na aerodinâmica dos bólidos, mas principalmente nos assoalhos, suspensão e difusor traseiro.


Além disso, vale lembrar que, pensando na maior durabilidade dos pneus Pirelli, que foram alvo de reclamações dos pilotos no ano passado, foi negociado uma diminuição em 10% da carga aerodinâmica dos carros.



 

Dança das cadeiras


Entretanto, a temporada 2021 já trouxe novidades ainda no ano de 2020. Iniciaremos falando sobre os pilotos que trocaram de equipe. Na sequência os pilotos que irão fazer sua estreia na categoria máxima do automobilismo mundial e um destaque para o retorno de um bi campeão mundial.


 

Daniel Ricciardo (McLaren)


O australiano Daniel Ricciardo, que de 2014 a 2018 foi piloto da Red Bull, em 2019 passou a guiar para a Renault e antes mesmo de finalizar seu segundo ano pela equipe francesa foi contratado pela McLaren por três temporadas, devendo correr pela equipe, inicialmente, de 2021 a 2023. Uma aposta interessante para um equipe em ascensão e que após seis anos usando, sem sucesso, motores Honda e, com bom aproveitamento, Renault, passam a ter unidades de potência da Mercedes.


Riccardo já disputou 188 GPs, possui sete vitórias na categoria, 31 pódios, três pole positions e 15 voltas mais rápidas. O veloz australiano espera voltar a vencer, algo que não acontece desde o GP e Mônaco de 2018, quando ainda corria pela RBR.


Após boa temporada com a Renault (atual Alpine), Ricciardo tem vida nova na McLaren — Foto: Joe Portlock / Getty Images

 

Sebastian Vettel (Aston Martin)


Em 2015, a tradicional Scuderia Ferrari havia trazido o tetracampeão Sebastian Vettel para substituir Fernando Alonso. Era a aposta dos italianos para reencontrar o caminho dos títulos, afinal, além de Vettel ser inegavelmente veloz, havia uma esperança nostálgica de que a parceria entre uma equipe italiana e um piloto alemão pudesse se revelar tão vitoriosa quanto nos áureos tempos de Michael Schumacher.


Os títulos não vieram e, para completar, após o vice campeonato no ano anterior, em 2019 a Ferrari contratou o monagesco Charles Leclerc para formar dupla com Vettel e, a partir de então, o piloto alemão foi sendo superado pelo seu aguerrido companheiro de equipe.


Os resultados ruins atrelados a um Vettel claramente desmotivado provavelmente foram os motivos pelos quais a Scuderia comunicou ao piloto que o mesmo não teria seu contrato renovado. A partir de dezembro de 2020, Vettel estaria sem equipe.


Agora na Aston Martin, Vettel precisa provar que ainda possui a técnica de um tetracampeão mundial — Foto: Mark Thompson / Getty Images

O futuro do tetra campeão era incerto sobre sua permanência ou não para o ano de 2021. A Rádio Padock chegou a cogitar sua ida para a Haas, entretanto, em 10 de setembro de 2020, a Aston Martin (antiga Racing Point) anunciou a contratação do piloto por uma temporada, em substituição ao mexicano Sergio Pérez, que posteriormente viria a assinar com a Red Bull.


Aliás, falando nele...



 

Sergio Pérez (Red Bull)


A Red Bull optou por substituir o tailandês Alexander Albon pelo mexicano ‘Checo’ Pérez, que fará sua 11ª temporada no mundial de Fórmula 1. Será uma oportunidade gigantesca de Sergio guiar um dos carros reconhecidamente mais velozes do grid.

Vale lembrar que em 2020 o GP de Sakhir, disputado no anel externo do circuito do Bahrein, foi palco da primeira vitória de Checo na categoria e, com forte ímpeto de experimentar novamente essa sensação, o mexicano promete fazer uma temporada bastante forte, entregando a equipe os resultados desejados, algo que poderá garantir a extensão de seu contrato.


Pérez celebrando sua primeira vitória na Fórmula 1, durante GP do Sakhir, no Bahrein — Foto: Mario Renzi / Fórmula 1 via Getty Images

 

Carlos Sainz Jr. (Ferrari)


Filho do bicampeão mundial de Rali (WRC), Carlos Sainz, o espanhol Carlos Sainz Jr. estreou na categoria em 2015, pela Toro Rosso, permanecendo na equipe por três anos. Após, foi contratado pela Renault, disputando apenas uma temporada pela equipe francesa.


Em 2019 chega à McLaren. Naquele mesmo ano, no GP do Brasil, Sainz conseguiu seu primeiro pódio na categoria, chegando em 3º lugar. Em 2020, no tradicionalíssimo GP de Monza, na Itália, após uma disputa emocionante com Pierre Gasly, Sainz cruza a linha de chegada em 2º. Foi o melhor resultado obtido pelo jovem espanhol que, desde maio daquele ano, já havia assinado com a Ferrari por duas temporadas. Agora, hora de mostrar que também pode conseguir pódios (ou vitórias) com a equipe mais tradicional do grid.


Sainz celebra pódio no Grande Prêmio da Itália, em 2020 — Foto: Clive Mason / Fórmula 1 via Getty Images

 

Yuki Tsunoda (AlphaTauri)


A AlphaTauri, uma das duas equipes de Fórmula 1 de propriedade da empresa austríaca de bebidas energéticas Red Bull, optou por não renovar o contrato do russo Daniil Kvyat e, portanto, para o seu lugar trouxe o jovem japonês Yuki Tsunoda, que fará sua estreia na categoria.


O caminho do jovem piloto até chegar a Fórmula 1 foi relativamente rápido. Em 2019, Tsunoda disputou da temporada inaugural do Campeonato de Fórmula 3, pela equipe Jenzer Motorsport, quando terminou em 9º lugar. Em 2020 a equipe Carlin contratou o piloto para disputar a Fórmula 2. Dessa vez, terminou o campeonato em 3° e ainda recebeu o prêmio de melhor estreante do ano.

Tsunoda é tido como um piloto veloz e será uma excelente oportunidade para o primeiro piloto da Fórmula 1 a nascer no século 21 (11 de maio de 2000).


Tsunoda, durante sessão de treinos livres da última sexta-feira (26), no bahrein — Foto: Peter Fox / Getty Images

 

Nikita Mazepin (Haas)


A Haas F1 Team é a mais jovem equipe participante do grid (realizou sua primeira temporada em 2016) e, para 2021, promove a estreia de dois novos pilotos: o russo Nikita Mazepin, que competiu na Fórmula 2 nas temporadas de 2019 - 18º colocado - e 2020 - 5°.


Os resultados de Mazepin não impressionam e sua contratação foi bastante questionada, porém, levando em consideração que Dmitriy Mazepin, pai do piloto, é o principal acionista e presidente de uma empresa de fertilizantes e salitre, com uma fortuna avaliada em 7,7 bilhões de dólares, é compreensível a escolha da Haas por um 'piloto pagante', que precisará mostrar serviço para que não desacreditado pela imprensa e torcida.


No dia 1º de dezembro de 2020, o jovem piloto russo foi anunciado como piloto titular da Haas. Posteriormente, foi acusado de assédio sexual após publicar um vídeo onde as imagens registradas durante a madrugada no horário de Abu Dhabi, mostram Mazepin sendo repelido ao tentar colocar a mão dentro da blusa de uma jovem que o acompanhava em um carro com outros amigos. O caso foi comentado pela Haas e pelo piloto, que se retratou através de uma publicação nas redes sociais.


Nikita Mazepin, piloto da Haas, durante sessão de entrevistas — Foto: Dan Istitene / Fórmula 1 via Getty Images

 

Mick Schumacher (Haas)


A segunda vaga de pilotos da equipe Haas foi conquistada pelo filho do heptacampeão mundial Michael Schumacher. Apesar do sobrenome de peso, o jovem piloto alemão tem uma carreira mais longeva do que seu companheiro de equipe. Em 2008, iniciou sua carreira no kart. Em 2015, estreou nos monopostos ao correr na Fórmula 4, na Alemanha, terminando o campeonato em 10º. Após isso, além de correr novamente a Fórmula 4 alemã, também disputou a Fórmula 4 italiana, obtendo o vice-campeonato em ambas.


Em 2017, migrou para a Fórmula 3 europeia, fazendo uma temporada satisfatória e obtendo a 12ª posição. No ano seguinte, destacou-se pela boa velocidade, por ter realizado excelentes ultrapassagens e assim finalmente sagrar-se campeão.


Após o título conquistado, o ano de 2019 marcou a estreia de Mick Schumacher no mundial de Fórmula 2, onde ele fez um campeonato apenas razoável, vencendo uma prova e terminado na 12ª colocação. Entretanto, em 2020, conquistou resultados mais constantes, obtendo duas vitórias, dois segundos e seis terceiros lugares, além de outras boas pontuações, suficientes para lhe garantir seu primeiro título na categoria e o convite para a categoria máxima do automobilismo mundial, a Fórmula 1. Inicia assim a trajetória do jovem piloto alemão, filho de um multicampeão, mas por uma equipe que não lhe oferecerá o melhor dos equipamentos. O jeito será acumular quilometragem e adquirir experiência.


Mick tenta manter a tradição da Schumacher na categoria — Foto: Dan Istitene / Fórmula 1 via Getty Images

 

Fernando Alonso (Alpine)


Em 2001, o piloto espanhol estreou na Fórmula 1 correndo a temporada completa pela equipe Minardi, sem alcançar nenhum resultado satisfatório. Em 2002, Alonso não disputou o mundial, atuando apenas como piloto de testes da Renault, que fazia seu retorno oficial como equipe de fábrica após 17 anos ausente.


A parceria Renault-Alonso só começaram a dar frutos em 2003, quando o espanhol substituiu Jenson Button, conseguindo sua primeira vitória e terminando o mundial em 6º lugar.


Por mais que não tenha vencido nenhuma prova em 2004, o espanhol foi muito mais constante e dessa vez terminou o mundial na 4ª colocação. Era o prenúncio do que estava por vir em 2005.


Com um carro bem construído e Alonso já acumulando considerável experiência, o mundial de 2005 presenciou sete vitórias do piloto, que contribuíram demais para que este alcançasse seu primeiro título mundial. Por sinal, sete também foi a quantidade de vezes que Alonso foi ao lugar mais alto do pódio e em uma disputa acirrada com o alemão Michael Schumacher, até as etapas finais. Conquistava ali o bicampeonato mundial de Fórmula 1.


Fernando Alonso, com a Reunault, celebrando bicampeonato mundial da Fórmula 1 — Foto: Sutton Images

Em 2007, o piloto espanhol transferiu-se para a McLaren, ostentando status de primeiro piloto. Porém, graças aos excepcionais resultados do estreante piloto inglês Lewis Hamilton, passou a enfrentar problemas dentro da equipe, que declaradamente não apoiava Fernando em detrimento ao inglês, mesmo os dois pilotos disputando o título do mundial corrida a corrida. O resultado disso não poderia ter sido outro: a falta de ordem na McLaren fez com que o título mundial escorresse pelos dedos de seus pilotos e quem não tinha nada com essa história aproveitou muito bem a oportunidade, no caso, Kimi Raikkonen. A ressaca deste episódio foi a saída 'amigável' de Alonso de volta para a Renault.


Na segunda passagem de 'Don Alonso' pela equipe francesa, não houve o glamour de outrora. Entretanto, o piloto espanhol terminou o mundial em 5º lugar, alcançando duas vitórias, sendo uma no GP de Singapura e outra no GP do Japão. Aliás, o GP de Singapura mancha a história de Alonso na categoria. Explica-se: Ainda durante a temporada de 2009, o filho do tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelsinho Piquet foi a público revelar que, à pedido da direção da equipe, havia causado deliberadamente um acidente no GP de Cingapura 2008, com o intuito de beneficiar Alonso, pois certamente causaria a entrada do safety car e, ainda, uma bandeira amarela, o que de fato aconteceu.


Alonso foi isentado de qualquer culpa, mas nos bastidores todos sabiam que era algo realmente difícil acreditar que o espanhol não tivesse participado do esquema todo. Assim, finalmente, a FIA optou por banir indefinidamente da Fórmula 1 o diretor da equipe Flavio Briatore e aplicou uma restrição sob condicional de dois anos à Renault, onde a equipe não poderia cometer nenhum tipo de infração no ambiente da Fórmula 1 até o ano de 2011.


Nos anos de 2010 a 2014, Alonso guiou para a Ferrari, com a promessa de que levaria a equipe italiana de volta aos títulos. O piloto espanhol ansiava por conquistar seu terceiro mundial. Entretanto, em cinco anos de equipe, conquistou apenas três vice campeonatos (2010, 2012 e 2013), além de onze vitórias.


Em 2015, a McLaren, que já havia vivenciados momentos muito bons na categoria, reeditou uma parceria que já havia feito enorme sucesso. Assinou com a nipônica Honda para que esta fornecesse seus motores e assinou com Fernando, uma vez que o desafeto Ron Denis não era mais diretor da McLaren. O espanhol permaneceu na equipe até 2018.


Infelizmente, a Honda teve enormes dificuldades para obter o melhor rendimento de seus motores ante às regras e especificações técnicas da Fórmula 1. Com isso, Alonso, que tem um gênio inegavelmente forte, foi cada vez mais sendo menos polido com suas palavras em relação ao carro da equipe e ao motor e, desse modo, ainda no meio da temporada de 2018, anunciou que deixaria a categoria no final da temporada.


Em 2019 e 2020, Alonso fez o que havia prometido: buscou se divertir ao máximo. Venceu as 24 Horas de Le Mans e as 24 Horas de Daytona. Também tentou vencer a tradicional prova de Indianápolis da Fórmula Indy, mas não teve êxito.


Em 8 de julho de 2020, a equipe Renault (que neste ano passa a se chamar 'Alpine') anunciou o retorno de Fernando Alonso à Fórmula 1 como piloto titular da equipe em 2021. Assim, mesmo diante de tantas polêmicas pelas quais já esteve envolvido na categoria, o espanhol, que sempre foi muito veloz, leva aos fãs a esperança de que o mundial seja mais disputado do que nunca. É esperar para ver.


Alonso realiza sua reestreia na categoria neste domingo (27) — Foto: Joe Portlock / Getty Images


 

E agora?


O Mundial de Fórmula 1 2021 inicia neste final de semana. O Zona Mista, como de praxe, realizou a cobertura de todas as sessões até aqui - para acessá-las, clique aqui. Assim, no domingo (28), às 12h (de Brasília), será dada a largada do GP do Barhein.


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