Além do Técnico e do Tático: Aquele sobre Mourinho
Por Felipe Wolp Lunardelli
22/01/2021 — 12h06
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Sim, falaremos primeiro dele, José Mourinho, o atual treinador do Tottenham Hotspur. Eu sei que parece desperdício de tempo apresentar um dos técnicos mais vitoriosos do futebol, mas as vezes detalhes passam despercebidos e o intuito aqui é relembrá-los para posteriormente falarmos sobre sua relação com a Pedagogia do Esporte.
Dito isso, vamos à apresentação. José Mário dos Santos Mourinho Félix tem atualmente 57 anos de idade e completará 58 na próxima terça-feira (26). Nascido na cidade de Setúbal em Portugal, Mou foi um futebolista de não muito destaque, mas sua paixão pelo esporte fez com que ele quisesse continuar no mesmo após sua aposentadoria, e diferentemente de seu passado como jogador, queria ser o melhor técnico de futebol do mundo. Bom, todos sabemos sobre sua carreira, os títulos, prêmios individuais e afins, todas as suas conquistas foram resultado de uma jornada que poucos conhecem e é dela que falaremos agora.
Para vir a ser o melhor treinador do mundo (prêmio individual conquistado nos anos de 2004,2005,2010 e 2012), Mourinho passou por uma preparação grande, primeiramente foi até a Faculdade do Porto estudar e se formar em Educação Física, área em que atuou por pouco tempo como professor da escola básica. Após isso, o português começou sua estrada entrando no meio futebolístico novamente. Foi na década de 90 quando ele conseguiu seu primeiro trabalho no esporte, se tornou preparador físico do clube Estrela da Amadora onde pouco depois se tornou auxiliar técnico e teve passagem pelo clube de sua cidade natal, o Vitória de Setúbal. Posteriormente fora contratado pelo Sporting Clube de Lisboa para ser tradutor, porém novamente chamou a atenção do Staff técnico do clube e se tornou auxiliar técnico adjunto do então treinador Bobby Robson de quem se tornou braço direito, levando-o a trabalhar no rival Porto FC e no Barcelona, onde a parceria deles teve um ponto final. A decisão de ficar em terras catalãs e negar o trabalho junto de seu amigo inglês no PSV da Holanda foi tomada por ele ter se especializado no futebol espanhol e ver um amplo horizonte por lá. Ao que tudo indica e ao que a história conta, o lusitano estava correto, afinal rapidamente Louis Van Gaal, treinador holandês que assumiu o Barça, o tornou treinador adjunto do clube, pois viu nele uma confiança e um profissionalismo diferente de tudo que já tinha visto. O trabalho de José era tão bom que por vezes o técnico holandês deixou a preparação para os jogos e coordenação dos treinos em suas mãos.
Recorrente a isso, ele ainda teve uma curta passagem pelo Benfica e outra pelo União de Leiria. Nesse último clube, seu desempenho e aproveitamento foram excelentes e chamaram a atenção do Porto, que o trouxe novamente para trabalhar em sua estrutura, dessa vez como treinador principal.
Quando apresentado no clube ele polemizou afirmando que seriam campeões no próximo ano, muitos o taxaram de arrogante e prepotente, mas se renderam ao final da temporada, quando Mourinho cumpriu sua promessa e assim conquistou a vaga para o que viria a ser o seu primeiro título de Champions League e daí em diante passou a ser foco dos holofotes e objeto de estudo no mundo todo.
“O sucesso não caiu do céu, foi consequência de um processo longo de formação e de muito estudo. Mantém-se estável, não desapareceu num ápice, faz parte da minha vida. Como fará também, como é natural, o insucesso pontual, que é uma consequência logica do mundo em que trabalho.” – José Mourinho.
Para finalizar deixo a frase acima para reflexão sobre como o futebol é tratado no país em que vivemos e que se diz “o país do futebol” e sobre a qualificação daqueles que tomam posse das cadeiras de treinador dos nossos clubes. Além disso, deixo também a indagação, queremos de fato que nosso futebol melhore ou queremos apenas o resultado a curto prazo?
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